Wednesday, December 20, 2006

neural riddle

i tell you once
and then no more
i got you locked
behind my door

a door with neither
wood, key or lid
yet inside is
where you hid

you may take your time
but if too much
i just may
run out of luck

well since i got
nothing to loose
you just can't be
a sitting duck

so many things
that are wished to know
and no other way
for us to do so

don't try to break it
usuless to pick the lock
takes more than some
time to open this door

maybe that thing
that is so suspicious
may turn out to be
the only exit

our time is so shy
and why is it so hard
to accept the facts
that no words can describe?

Sunday, December 10, 2006

lunático

mas veja como é arisco
o objeto de idolatria
luz branca
que abre a noite
nos convida à boemia

quando acanhada
corre pra trás do sol ou
cobre-se toda de névoa
não exerga-se um nada de luz
nem mesmo em praia deserta

com seu formato que se altera
ora servindo esperança
ora quebrando promessas
diverte cores por toda atmosfera

sem as nuvens e seus rigores
a noite concebe brandura
em beijos de porcelana
dela lua toda nua

se por outra troca os lábios
joga a culpa na neblina
e uma tempestade de raios
logo se inicia

então chove, antevivendo
o não-ser que pinga e só se ouve
não há desculpa mais nobre
para que a poesia não ouse

múltipla, íntegra
de comparsa dialética
ora negra ora branca
é síntese, fantasia

que despe e veste
sentidos inequívocos
feitos como da própria poesia
estes somente distorcidos
se por uma poça
algum traste a fita

sem esforço ou qualquer custo
sugere idéia de um bom sonho
em silenciosa melodia

se não encontrado em algum busto
é sono posto na conta
do inevitável novo dia

protagonista relutante
jaz escrava do ponteiro
tem a marca consoante
de esconder-se o dia inteiro

mas quando noite
salienta-se pelo céu
como diálogos de carlitos
em seus filmes, mudo
onde entrelinha é
apenas o fundo escuro
e justapõe qualquer outro brilho

cigana, supersticiosa
se faz de gato para alice
na mutabilidade do mistério
com vestígios de dama
que o charme encanta
mesmo sem ter dia certo

Friday, December 08, 2006

entre hegel e caetano

o homem é pedaço
de beira, fôrma
que já o implica
à múltipla identidade
por razão explícita

longe d'águas que torneiam
sabe de um lar de aventuras
porém vai a vida inteira
sem achar o que procura

imagina à erma quietude
a circunstância do cerco
de maneiras incertas
em parábolas difusas

olha para o céu então
como se respostas
ou a quintessência
pudessem proferir
os inertes deuses
de alegada sapiência

nota que outrora
fascinantes gestos
agora ponderam
enigmas delirantes

nega a possibilidade
da ausência
do direito adquirido
diversificando anseios
em desejos incompreendidos

caberá desejar o desejo
sem confinar a idéia
numa impressão?

o que fazer para
que não haja remorso
em qualquer súbita
vontade silenciada então?

o grito em mão fechada
só institui o dilema
entre magia e razão

entregue à impostura
o espelho
como subterfúgio
das mágoas
é denúncia nunca pronunciada
fonte da própria loucura

será que o
faz de conta
condena a realidade
a tentar fazer juízo
de coisas além da
própria envergadura?